segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sexta-feira gorda

Eu que sou ignorante em matéria de política internacional, do alcance dos actos simbólicos (e dos lapsos simbólicos), fiquei satisfeita com os jornais de sexta-feira.

Porque, apesar das ameaças de Pequim, o Parlamento Europeu (PE) atribuiu o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2008 ao dissidente chinês Hu Jia, condenado em Abril a três anos e meio de cadeia por "incitar à subversão do poder do Estado e do sistema socialista". Hu Jia, 35 anos, é um opositor da ditadura na República Popular da China, que se tem dedicado especialmente às questões ambientais, à protecção dos doentes de VIH/SIDA e à realização de um inquérito oficial ao massacre da Praça de Tiananmen, em 1989. Aqui o vemos com a mulher, Zeng Jinyanm, também activista dos direitos humanos. Ambos estiveram já em prisão domiciliária, com a filha de um ano.




Quem saiba chinês, pode ler aqui o blogue dela. Quem só fez um mês de aulas e ficou logo muito assustada porque tinha que estudar, agora tem de se contentar com um aperitivo em inglês.

E também gostei de ver o auto-declarado "estado de choque e descrença" de Alan Greenspan relativamente ao comportamento das instituições financeiras. Mesmo se depois veio fazer ressalvas, o antigo presidente da reserva federal norte-americana (Banco Central dos EUA), um dos principais defensores da total auto-regulação do mercado - e um dos responsáveis pela crise -, admitiu perante os membros do Congresso que estava enganado.
Caríssimos políticos, importam-se de não se esquecer disto?

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